quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Cultura de Massa X Cultura de Intelecto



Na contemporaneidade, o "fácil" acesso ao espaço cibernético e a situação econômica do Brasil, possibilitam certa democratização da informação e do acesso a cultura. Essa democratização pode ser considerada positiva quando vista como auxilio ao conhecimento, entretanto, ela permite também o estabelecimento de tarefas vazias e despidas de busca ao intelecto. Permitindo assim, a formação de novos estereótipos e incitando o surgimento de novas culturas. Nesse texto tratarei de um destes estereótipos: o dos pseudointelectuais.

Podemos considerar intelectual um individuo que possui grande conhecimento relativo a assuntos diversos e sabe aborda-los, compara-los e desdobra-los com facilidade. Mas mais do que isso, ser intelectual refere-se a uma busca humilde e constante ao conhecimento. Assim, a intelectualidade refere-se a uma junção entre cultura, inteligência e sabedoria.
Em se tratando de pseudointelectuais, entretanto, o significado puro do termo tem se perdido à medida que esses acreditam que o consumo da cultura de massa também reflete uma inserção cultural pertinente a aquisição de intelecto.

Para melhor acompanhamento do raciocínio é interessante separarmos em duas classes distintas as "culturas" das quais trataremos aqui. A primeira delas chamarei de "cultura de massa”, essa se refere à cultura popular - produzida, significada e disfrutada por essa - aquelas que todos, ou a maioria tem acesso. Nela, incluo as produções cinematográficas de bilheteria, livros ou outras produções artísticas e culturais quase que totalmente referentes ao entretenimento. A segunda delas chamarei de "cultura de intelecto", essa está voltada quase que exclusivamente ao conhecimento, é toda aquela cultura referente a temas relevantes. É importante ressaltar aqui, que pode ocorrer de uma fundir à outra, mas a distinção de ambas é percebida na intensidade de características.

Ocorre que hoje, vemos pessoas que assistem filmes de bilheteria, leem livros de ficção ou autoajuda e acreditam estar super inseridos na cultura de intelecto e no espaço referente a este. Mais uma vez reforço que não quer dizer necessariamente que estas obras, por estarem voltadas ao entretenimento não levem ao conhecimento. Mas exatamente por esse motivo contribuem menos ao conhecimento do que a cultura de intelecto. E é por esse motivo também, que a massa vem tornando-se extremamente ingênua em acreditar na incorporação do conhecimento, sabedoria e contribuição ao intelecto por meio da cultura de massa.

Além disso, o problema maior não é a ingenuidade dos indivíduos frente à cultura de massa, mais do que isso é a arrogância de alguns em acreditar que se tornam intelectuais a partir do momento em que a consomem e ainda subestimar aos outros. Assistir a um Crepúsculo da vida, ou a qualquer filminho, ler um livro qualquer, sair para lugares quaisquer, ou ouvir qualquer musica e ainda, buscar a cultura de intelecto como uma tarefa vazia, mais com o intuito que “saibam que fui” do que o de se aprender com tudo isso, não irá acrescentar muito no intelecto de ninguém e tampouco irá transformar sua pessoa.

Sinceramente, a meu ver não existe maior mediocridade do que a empáfia de muitos pseudointelectuais, que buscam se não proceder de forma a representar aqueles que admiram. Esses para mim tornam-se cada vez menos cabeças pensantes e cada vez mais uma massinha que insiste em relutar contra a incapacidade de admitir a si mesmo como um personagem.

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