sábado, 14 de março de 2015

Impeachment pra quê?

Você, caro leitor - ou deveria dizer, eleitor - que amanhã sairá da onda do “slacktivism” para ir às ruas demonstrar mais um ato de seu engajamento político, já parou para pensar – supondo que esse movimento tenha força suficiente para fazer efeito - nas consequências de um impeachment da presidente Dilma? Já parou para refletir se tirar a Dilma do poder, tocaria nos problemas enraizados nas estruturas politicas do país? Será mesmo que essa seria a solução?

Antes de qualquer coisa, você sabe quem seriam os sucessores da nossa ‘adorável’ presidenta? Não?

Ok, então eu te respondo: os possíveis sucessores de Dilma, seriam Michel Temer; Eduardo Cunha, presidente da Câmara ou ainda, nosso grande conhecido, Renan Calheiros, presidente do Senado, nessa ordem. Todos, sem exceção, políticos investigados por envolvimento em esquemas de corrupção!

E ai, faz mesmo diferença tirar a presidenta do poder?

Aliás, será que o poder está centralizado nas mãos ou no partido dela?
Se formos falar da corrupção no país hoje, o esquema funciona mais ou menos de uma forma monárquica: Todos os políticos – TODOS – independente do cargo assumido, ou do partido ao qual pertencem, tem parte na corrupção que tem levado o país cada vez mais para baixo; mas, quem leva o nome por tudo o que acontece, tem um poder quase que simbólico.

Não que a Dilma não tenha responsabilidade sobre isso, mas é que a transgressão não é só dela! Volto a repetir: todos os nossos políticos estão envolvidos, ainda que não diretamente, indiretamente pelo simples fato de se calar diante dessa situação infeliz.

Longe de mim estar satisfeita com a situação política atual de nosso país. Mas longe de mim também, acreditar que um Impeachment seria a solução, ou ao menos o começo desta.

Antes de qualquer coisa, precisamos de uma grande reforma política e constitucional e mais seriedade no exercício por parte do poder judiciário.

Então, de nada adianta tirar a bunda do sofá com a finalidade de tirar a Dilma do poder. Devemos sair e devemos protestar sim, mas por uma reforma, por um recomeço, porque é disso que nosso país precisa!

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